
Sempre achei que varões de cortina eram apenas detalhes insignificantes na decoração. Afinal, quem realmente repara neles? Eu, Cristina, 40 anos, executiva, mãe de dois filhos adolescentes e recém-separada, estava mais preocupada com os grandes elementos da reforma da minha nova sala de estar. Mal sabia que aquelas peças aparentemente secundárias se tornariam protagonistas de uma transformação que foi muito além da estética.
Quando me mudei para meu apartamento próprio em Belo Horizonte, após 15 anos de casamento, queria um espaço que refletisse minha personalidade — algo que havia se diluído na dinâmica familiar. A sala de estar, com suas janelas amplas voltadas para o Parque Municipal, seria meu cartão de visitas, o ambiente onde receberia amigos e familiares. Precisava ser acolhedora, elegante e, acima de tudo, autêntica.
As janelas eram fantásticas: pé-direito alto, vista privilegiada. Mas ali também estava meu maior desafio. Que cortinas usar? E, consequentemente, que varões escolher? Parecia uma decisão simples, até eu mergulhar nesse universo e descobrir que existe todo um mundo por trás dessas peças que sustentam nossas cortinas.
Da Pesquisa às Descobertas Surpreendentes
Comecei minha pesquisa online, visitando sites de decoração e lojas virtuais. Rapidamente percebi que a escolha ia muito além de “varão cromado ou varão de madeira”. Havia questões técnicas a considerar: resistência ao peso das cortinas, comprimento, sistema de fixação, compatibilidade com o tipo de parede, possibilidade de curvas para janelas especiais…
Minha primeira visita foi a uma loja especializada no centro de BH. Levei medidas, fotos das janelas e uma ideia vaga do que queria. A vendedora, uma senhora de uns 60 anos que trabalhava com decoração havia décadas, me olhou com aquela expressão típica de quem já viu muitos clientes perdidos como eu.
“Querida, antes de falarmos de varões, precisamos entender o tipo de cortina que você quer usar. Tudo está conectado.”
Ela tinha razão. O varão precisava ser compatível com o sistema de abertura da cortina. Cortinas com ilhós exigem varões mais grossos e sem emendas aparentes. Cortinas com alças decorativas pedem varões mais finos e elegantes. Cortinas pesadas como blackout precisam de sistemas mais resistentes. E eu não tinha pensado em nada disso.
Depois de uma longa conversa e muitas amostras, decidi por cortinas de linho para a sala, com um sistema misto: uma camada mais leve e translúcida para filtrar a luz e criar privacidade durante o dia, e uma camada mais pesada para os momentos de aconchego noturno. Isso significava que precisaria de um sistema de varão duplo — mais uma camada de complexidade!
Entre Materiais, Finiais e Sistemas de Abertura: Escolhas Que Fazem a Diferença
O próximo passo foi escolher o material. Madeira traria aconchego e rusticidade. Metal daria um ar contemporâneo. Cada opção conversava diferentemente com os outros elementos da sala. Depois de experimentar algumas amostras no ambiente (literalmente segurando varões contra a parede e imaginando o resultado), optei por varões de ferro forjado em tom grafite fosco — um contraponto elegante às paredes claras e aos móveis de madeira natural.
Mas aí veio a questão dos finiais — aquelas peças decorativas nas pontas dos varões. Nunca imaginei que passaria tanto tempo escolhendo algo tão pequeno! Testei esferas clássicas, pinhas elaboradas, desenhos geométricos contemporâneos… Cada detalhe mudava completamente a leitura visual do conjunto. Acabei escolhendo finiais em forma de folha estilizada, que traziam um elemento orgânico sem ser óbvio demais.
A instalação foi outro capítulo dessa história. Contratei um profissional recomendado pela loja, um senhor experiente que olhou para minha parede e imediatamente identificou um problema que eu jamais teria percebido: “Essa parede é de drywall reforçado, vai precisar de buchas especiais para suportar o peso do conjunto.”
Ele também sugeriu posicionar os varões 15 centímetros acima da janela e estendê-los 30 centímetros para cada lado. “Isso faz a janela parecer maior e permite abrir completamente as cortinas sem bloquear a entrada de luz.” Pequenos detalhes que fazem enorme diferença no resultado final!
O dia da instalação foi revelador. À medida que os varões eram fixados e as cortinas penduradas, a sala ganhava uma personalidade completamente nova. A luz filtrada pelo tecido criava uma atmosfera acolhedora. Os varões em ferro, que eu temia que pudessem parecer pesados demais, trouxeram um equilíbrio surpreendente ao ambiente, emoldurando as janelas como uma joia discreta.
Minha filha de 17 anos, geralmente alheia a detalhes decorativos, entrou na sala e exclamou: “Mãe, parece um daqueles apartamentos de revista!” Foi quando percebi que tinha valido a pena cada hora de pesquisa e cada centavo investido naqueles varões que eu inicialmente considerava insignificantes.
Os varões afetaram até mesmo minha rotina diária. O ritual matinal de abrir as cortinas se tornou um momento quase meditativo — o deslizar suave e silencioso dos anéis pelo metal, o gradual preenchimento da sala com luz natural. À noite, fechá-las trazia uma sensação de aconchego e segurança. Detalhes sensoriais que transformaram minha relação com o espaço.
Com as estações, notei outras nuances. No verão, as cortinas mais leves filtravam o sol forte sem escurecer demais a sala. No inverno, as mais pesadas ajudavam a manter o ambiente aquecido. E os varões resistentes suportavam sem problemas essas trocas constantes.
Amigos que visitavam frequentemente notaram a mudança. Uma amiga arquiteta elogiou especificamente os varões: “Você escolheu a escala perfeita para o ambiente, nem muito delicados nem excessivamente robustos.” Outro amigo, mais prático, comentou sobre a funcionalidade: “Nossa, como desliza fácil, o meu em casa sempre emperra!”
Se eu pudesse voltar atrás, teria investido mais tempo pesquisando sistemas de abertura. Acabei optando pelo tradicional sistema de anéis, mas depois descobri opções como varões com trilho embutido que teriam sido perfeitos para as cortinas mais pesadas. Também teria escolhido logo de início um sistema com suportes intermediários — precisei adaptar depois que notei uma leve curvatura no varão mais longo devido ao peso das cortinas.
Para quem está no processo de escolha de varões para sala, meu conselho é: não subestime esse elemento aparentemente simples. Considere o peso das cortinas, a frequência com que serão abertas e fechadas, a compatibilidade com o estilo arquitetônico do ambiente. E não economize nos suportes e no sistema de abertura — são eles que garantirão a durabilidade e o funcionamento perfeito do conjunto.
Hoje, sentada em meu sofá, observando como a luz da tarde dança através das cortinas sustentadas por aqueles varões que escolhi com tanto cuidado, percebo que são justamente esses pequenos detalhes que transformam uma casa em lar. O varão de cortina, esse elemento quase invisível no dia a dia, silenciosamente emoldura não apenas nossas janelas, mas também nossas vivências, memórias e momentos naquele espaço.
E para mim, recomeçando a vida neste apartamento que agora definitivamente sinto como meu, esses varões representam muito mais que uma escolha decorativa — são símbolos de como pequenas decisões cuidadosas podem transformar completamente nossa experiência com os espaços que habitamos. Quem diria que algo tão simples poderia significar tanto?