Nunca imaginei que escolher cortinas para meu apartamento no Milionários seria tão… complicado. Ou melhor, revelador. Parece bobagem, né? Mas essas peças de tecido transformaram completamente minha relação com os espaços que habito.

Mudei para o Milionários há cerca de um ano e meio. O apartamento, um sonho realizado depois de tanto esforço, tinha janelas maravilhosas. Amplas, generosas em luz natural. Nos primeiros dias, aquilo era puro encantamento. Até que percebi: a privacidade era zero, e o sol da tarde castigava a sala de um jeito impiedoso. Precisava urgentemente de uma solução.

Comecei pesquisando online, perdida entre termos técnicos que nunca tinha ouvido falar. Blackout, rolô, double vision, celular… Um universo inteiro se abriu diante de mim. Confesso que fiquei bem perdida no começo. Meu maior erro? Achar que poderia resolver tudo com uma solução única para o apartamento inteiro.

Acabei visitando três lojas diferentes pelo bairro antes de me decidir. Na primeira, o vendedor estava tão focado em me empurrar o produto mais caro que nem me perguntou sobre minhas necessidades. Saí dali com alguns catálogos e muita irritação. Na segunda, melhor atendimento, mas uma variedade tão limitada que não consegui me imaginar com nenhuma das opções.

A terceira loja foi onde finalmente me senti compreendida. O consultor fez perguntas certeiras: “Como você usa cada cômodo? Em quais horários? Qual sua principal preocupação em cada ambiente?” Ali entendi que precisava de soluções diferentes para cada espaço.

Escolhas que transformam ambientes

Para a sala, que recebe aquele sol escaldante a partir das duas da tarde, optei por uma combinação de persiana rolô com tecido screen e uma cortina mais leve sobreposta. O tecido screen filtra a luz sem bloquear totalmente a visão para fora, mas reduz significativamente o calor. Já a cortina dá um toque aconchegante e me permite controlar a privacidade quando necessário.

A instalação foi outro capítulo dessa história. Achei que seria simples, que qualquer pessoa poderia fazer. Grande engano. Depois de várias medições equivocadas e um primeiro teste frustrado no quarto de hóspedes (a persiana ficou torta, completamente torta!), percebi que valia a pena investir no serviço profissional.

O instalador chegou em casa numa quarta-feira chuvosa. Em poucas horas, transformou meu apartamento. O barulhinho suave da persiana rolô subindo e descendo agora faz parte da minha rotina matinal. É quase terapêutico.

No quarto, escolhi blackout total – dessas que não deixam passar nem um feixe de luz. Trabalho em plantões noturnos ocasionalmente, e poder dormir durante o dia sem ser incomodada pela claridade mudou completamente minha qualidade de vida. As cortinas blackout também ajudaram a reduzir o barulho da rua, algo que nem tinha considerado inicialmente.

Minha mãe, quando veio me visitar, ficou impressionada com a transformação. “Menina, parece outro apartamento!” E estava certa. A luz filtrada cria um ambiente completamente diferente, muito mais acolhedor. O apartamento ganhou personalidade.

As estações e suas peculiaridades

Com o passar dos meses, fui percebendo como as cortinas afetam minha rotina em diferentes épocas do ano. No inverno mineiro, que pode ser bem úmido aqui no Milionários, deixo as cortinas mais abertas durante o dia para aproveitar o calor do sol e ajudar a secar a umidade. Já no verão, as persianas ficam mais fechadas para barrar o calor.

O outono talvez seja minha estação favorita para observar o jogo de luz através das cortinas. A luz dourada do fim de tarde, filtrada pelo tecido screen da sala, cria desenhos nas paredes que mudam a cada minuto. É quase como um espetáculo diário.

Houve também os pequenos desafios que não previ. Como limpar as persianas sem danificá-las? (Descobri que um paninho de microfibra faz milagres). Ou como ajustar a altura ideal das cortinas da sala para que não arrastassem no chão mas também não ficassem curtas demais? São detalhes que só a vivência ensina.

Uma das minhas escolhas preferidas foi a persiana double vision para o home office. Consigo controlar a entrada de luz sem perder completamente a visão para fora, o que é perfeito para as longas horas de trabalho. O tecido alterna faixas transparentes e opacas, criando um efeito que me permite ajustar exatamente quanto quero ver do exterior.

As texturas são outro elemento fascinante nessa jornada. Passei horas na loja sentindo diferentes tecidos entre os dedos. Acabei me apaixonando pelo toque acetinado de uma cortina off-white para o quarto de hóspedes – é como uma caricia toda vez que a toco para abrir ou fechar.

Definitivamente, a escolha das cortinas e persianas foi muito mais que uma decisão decorativa. Foi um processo de entender como a luz molda os espaços onde vivo, como influencia meu humor e produtividade. Foi compreender que cada ambiente pede uma solução específica, que atenda às necessidades particulares daquele espaço.

Se pudesse voltar no tempo e dar um conselho para mim mesma no início dessa jornada, seria: não tenha pressa. Observe como a luz entra em cada cômodo em diferentes horários do dia antes de decidir. E não, cortinas não são apenas para bloquear luz ou garantir privacidade. São elementos que transformam completamente a atmosfera de um lar.

Aqui no Milionários, bairro que aprendi a amar, meu pequeno apartamento ganhou personalidade através das escolhas que fiz para suas janelas. E você, já parou para pensar em como a luz modela os espaços onde vive?