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cortinas e persianas sob medida

Home Cortinas e Persianas em Lagoa Santa: Equilibrando Tradição e Modernidade

Quando decidi trocar o agito de Belo Horizonte pela tranquilidade de Lagoa Santa, sabia que estava embarcando numa grande mudança de vida. O que não esperava era que a decisão sobre cortinas e persianas para minha nova casa se tornaria uma jornada tão reveladora sobre a cidade que escolhi para morar.

A casa que aluguei no bairro Joá era um sonho: quintal generoso, varanda ampla e janelas – ah, as janelas! – grandes e voltadas para o nascer do sol, com vista para um pedacinho da famosa Lagoa Central ao longe. Logo nos primeiros dias, porém, descobri que aquele sol lagoa-santense tem personalidade própria. Intenso, ele invadia cada cômodo como se estivesse ansioso para me dar boas-vindas à cidade.

“Você precisa providenciar umas cortinas decentes logo”, aconselhou minha vizinha, dona Conceição, que mora há mais de quarenta anos na cidade. “Aqui o sol nasce com força total e entra sem pedir licença!” E assim começou minha aventura pelo mundo das cortinas e persianas, descobrindo no processo muito mais sobre Lagoa Santa do que jamais imaginei.

A Busca pelas Soluções Perfeitas no Cenário Lagoa-santense

Minha primeira tentativa foi recorrer ao que conhecia: as grandes lojas de departamento na BR-040, naquela área comercial que serve tanto a Lagoa Santa quanto a Vespasiano. Encontrei opções padronizadas, mas nada que realmente conversasse com a arquitetura mais rústica e acolhedora da minha casa, nem com o clima tão peculiar da região.

Foi numa conversa casual na padaria Sabor de Minas, enquanto esperava na fila para comprar pão de queijo, que ouvi falar de seu Geraldo, um artesão que trabalhava com persianas de bambu. “Ele mora lá pras bandas do Morro do Cruzeiro, faz tudo à mão mesmo”, explicou o rapaz atrás do balcão. “Minha mãe comprou com ele há quinze anos e até hoje estão perfeitas”.

Encontrar o ateliê de seu Geraldo foi uma pequena aventura por si só. Depois de algumas indicações imprecisas (muito típicas do interior de Minas: “depois da mangueira grande, vira à direita no pé de jabuticaba”), finalmente cheguei a uma casa simples com um galpão nos fundos. O cheiro de bambu e madeira se misturava no ar, criando uma atmosfera quase mística.

Seu Geraldo, um senhor de seus setenta anos com mãos calejadas que contavam histórias de décadas de trabalho artesanal, me recebeu com aquela desconfiança inicial tão característica dos mineiros, mas que logo se transformou em uma calorosa receptividade.

“A senhora veio de BH? Aqui é diferente, viu? A luz em Lagoa Santa é especial por causa da lagoa, reflete diferente nas casas”, explicou ele, enquanto me mostrava seu trabalho. Fiquei fascinada com as persianas de bambu e madeira, algumas com detalhes entalhados que representavam a fauna local – pássaros do cerrado, peixes da lagoa.

Para as cortinas, acabei descobrindo dona Marta, costureira recomendada pela funcionária da farmácia perto de casa. Seu ateliê ficava no bairro Promissão, e ela trabalhava com tecidos que iam desde os mais simples até alguns lindamente bordados com motivos regionais.

“Aqui em Lagoa Santa tem muita poeira vermelha por causa do calcário, sabia? Tecido muito claro mancha fácil quando bate aquele vento da tarde”, alertou ela enquanto me mostrava amostras. “E no período de seca, de maio a setembro, a coisa piora. Tem que pensar nisso na hora de escolher.”

Entre Tradições e Inovações: O Processo de Instalação

Acabei optando por uma combinação que refletia o próprio espírito de Lagoa Santa: tradicional, mas com toques contemporâneos. Para os quartos, escolhi cortinas de tecido em tons terrosos com barrados artesanais feitos por dona Marta, inspirados nas pinturas rupestres da região de Lagoa Santa (afinal, estamos na terra de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas!).

Para a sala e o escritório, que recebiam sol em abundância, optei pelas persianas de bambu de seu Geraldo, complementadas por cortinas leves que poderiam ser usadas nos dias mais frios ou quando quisesse mais privacidade.

A medição foi um evento social em si. Seu Geraldo apareceu pontualmente às 7h da manhã (“É o horário que trabalho desde moço”) e ficou impressionado com o tamanho das janelas. “Essas casas novas são diferentes das antigas de Lagoa Santa. Antigamente, faziam janelas menores justamente por causa do sol forte”.

A instalação aconteceu duas semanas depois, num sábado de céu muito azul, daqueles que só Lagoa Santa consegue oferecer. Seu Geraldo trouxe consigo o neto, um rapaz de vinte e poucos anos que estava aprendendo o ofício. “É importante passar o conhecimento pra frente, senão morre com a gente”, filosofou o artesão enquanto trabalhava.

Dona Marta veio no dia seguinte com as cortinas cuidadosamente embaladas em lençóis antigos (“Melhor que plástico, não amassa e não prejudica o meio ambiente”). A instalação dos varões foi feita por seu filho, que trabalhava como auxiliar em construções na região.

Durante o trabalho, ambos compartilharam histórias sobre como Lagoa Santa havia mudado ao longo dos anos, sobre como o turismo arqueológico trouxera novos moradores, sobre as lendas da lagoa que dá nome à cidade. Eram verdadeiras aulas de história local, transmitidas entre medições e ajustes.

Uma Nova Relação com a Luz e o Clima Lagoa-santense

Os primeiros dias com as novas cortinas e persianas foram reveladores. A luz que agora entrava filtrada pelas persianas de bambu criava padrões fascinantes no piso de cerâmica da sala. Parecia que a casa tinha ganhado vida própria, mudando de personalidade ao longo do dia conforme o sol percorria seu caminho.

Nas manhãs, deixava as cortinas dos quartos parcialmente abertas para ser despertada pelo sol nascente – um privilégio de quem mora numa cidade onde o horizonte ainda é visível e o nascer do sol é um espetáculo diário. À tarde, as persianas da sala protegiam do calor mais intenso sem bloquear totalmente a luz natural, criando um ambiente agradável para trabalhar ou ler.

A mudança no conforto térmico foi impressionante. Lagoa Santa tem um clima particular: quente durante o dia, mas com noites surpreendentemente frescas, especialmente nos meses de maio a agosto. As persianas e cortinas ajudavam a regular essa variação, mantendo o calor durante as noites mais frias e bloqueando-o nas tardes escaldantes.

O Impacto na Rotina e as Descobertas Inesperadas

Quando recebi a visita de amigos de BH, a primeira coisa que notaram foram as cortinas com motivos inspirados nas pinturas rupestres. “Nossa, isso é a cara de Lagoa Santa!”, exclamou uma amiga arquiteta, impressionada com como aquele detalhe conectava a casa moderna com as raízes históricas milenares da região.

Meus pais, que sempre foram resistentes à ideia de me ver morando “tão longe” de BH (apesar de Lagoa Santa estar a apenas 35 km da capital), ficaram encantados com o ambiente acolhedor que as cortinas e persianas ajudaram a criar. “Até parece que você sempre morou aqui”, comentou minha mãe, enquanto admirava o movimento suave das cortinas com a brisa que vinha da lagoa.

A dinâmica da casa durante as diferentes estações também foi uma descoberta interessante. No verão, quando as chuvas intensas de janeiro e fevereiro caem sobre Lagoa Santa, as cortinas mais grossas dos quartos ajudavam a abafar o som dos trovões que ecoavam na região. No inverno seco, as persianas de bambu permitiam aproveitar cada raio de sol para aquecer naturalmente a casa.

Percebi também como as persianas e cortinas influenciavam meu humor e produtividade. Nos dias em que trabalhava remotamente, ajustava as persianas do escritório para criar um ambiente com iluminação perfeita para a tela do computador. Já nos domingos preguiçosos, deixava as cortinas do quarto fechadas por mais tempo, criando um casulo aconchegante.

As manhãs na varanda, com vista parcial para a Lagoa Central, ganharam um novo charme. Com as persianas de bambu parcialmente fechadas, criava-se um jogo de luz e sombra que tornava o café da manhã uma experiência quase meditativa. “Parece um spa”, comentou uma amiga que veio passar o fim de semana, impressionada com a atmosfera de relaxamento.

A manutenção das cortinas e persianas também me ensinou sobre as particularidades climáticas locais. A poeira vermelha, característica da região calcária de Lagoa Santa, realmente se acumulava com facilidade, especialmente durante a estação seca. Desenvolvi uma rotina de limpeza leve semanal, usando um espanador macio para as persianas de bambu e um aspirador de baixa potência para as cortinas.

Durante as festas tradicionais da cidade, como a Festa de Nossa Senhora da Saúde em agosto e o Festival de Inverno, as cortinas e persianas se tornaram parte da celebração. Abria todas as janelas, com as cortinas dançando ao vento, para que os sons da música e da alegria entrassem livremente em casa. Nas noites de procissão, a luz das velas passando pela rua criava sombras mágicas através das persianas de bambu.

Uma descoberta inesperada foi como as persianas e cortinas mudaram minha relação com a natureza local. Com o controle de luz e visibilidade, passei a observar mais atentamente os pássaros que visitavam o quintal, as mudanças sutis na vegetação com a passagem das estações. Era como se as persianas funcionassem como um enquadramento para o espetáculo natural que Lagoa Santa oferece.

Seu Geraldo aparecia ocasionalmente para verificar se tudo estava em ordem, trazendo sempre alguma fruta da estação colhida em seu quintal ou uma história nova sobre as transformações da cidade. “Antes era tudo mato nessa região onde a senhora mora. Agora tá cheio de casa bonita”, comentava, entre goles do café que eu fazia questão de oferecer.

Com o tempo, algumas peças precisaram de ajustes. O vento forte que vem da Lagoa ocasionalmente arrancou um varão menos firme, uma das persianas de bambu começou a fazer um barulho característico com a mudança de umidade. Pequenos problemas que se tornavam oportunidades para fortalecer os laços com os artesãos locais que haviam se tornado quase amigos.

Hoje, depois de quase dois anos morando em Lagoa Santa, minhas cortinas e persianas fazem parte da história que construí nesta cidade. Elas testemunharam jantares com novos amigos, tempestades de verão impressionantes, manhãs de sol radiante e noites estreladas que só o céu do interior de Minas consegue oferecer.

Para quem está se mudando para Lagoa Santa ou simplesmente quer renovar sua casa por aqui, minha dica é: valorize o que é local. As soluções padronizadas até funcionam, mas não conversam com as particularidades desta cidade que equilibra tradição histórica milenar com a modernidade de ser parte da região metropolitana de BH.

E se você estiver em dúvida sobre onde encontrar as melhores opções, basta perguntar na padaria, na farmácia ou na feira de domingo. Em Lagoa Santa, como em toda cidade do interior de Minas, as melhores recomendações vêm daquelas conversas aparentemente casuais, que começam com um “bom dia” e terminam com um “vai lá e fala que fui eu que mandei”. É assim que se descobrem os tesouros locais – inclusive aqueles que transformam simples janelas em portais para uma nova forma de viver.

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