Cortina com varão no teto: um capricho que mudou minha sala
Aos 40 anos, com uma vida cheia de altos e baixos – filhos que já mandam na casa, um trabalho que não dá sossego e um lar que eu amo, mas sempre quis deixar mais especial –, decidi que era hora de dar uma levantada nas cortinas. Não queria só trocar o tecido, mas mudar o jeito de pendurar. Cansei daqueles varões baixinhos, colados na janela, que pareciam tímidos demais. Queria uma cortina com varão no teto, bem alto, pra dar aquele ar de grandeza. E, ó, não foi só subir a escada e fixar. Teve história, teve perrengue, teve um pedaço de mim nisso. Vou te contar como foi.

A instalação foi uma mistura de coragem e comédia. Meu marido disse que ajudava, mas ficou só segurando a escada enquanto eu enfrentava a furadeira – aquele barulho que parece te cutucar o cérebro. Minha ideia era colar o varão bem rente ao teto, uns 5 cm da borda, mas o primeiro furo saiu torto, e o varão ficou parecendo uma gangorra. Voltei na loja, peguei buchas melhores e, depois de muito suor, acertei. Quando pendurei, o linho caiu do teto até o chão, com um “shhh” gostoso do tecido se ajeitando, e a luz da manhã entrou filtrada, alongando a sala como mágica. O dourado do varão brilhava de leve, e eu só pensava: “Valeu cada esforço.”
Os desafios de mirar o teto
Nem tudo foi um mar de rosas, claro. O varão no teto é lindo, mas tem seus truques. Primeiro erro: subestimei a altura. Minha sala tem um pé-direito generoso, e eu, com meu 1,65 m, me equilibrando na escada, quase virei notícia no jornal. O varão balançou, o tecido caiu na minha cara, e o cachorro achou que era hora de brincar. Se pudesse voltar atrás, teria chamado um amigo mais alto ou um profissional, mas minha teimosia falou mais alto: “Eu subo, eu faço!”
Outro perrengue: o peso. O linho é leve, mas com o varão tão alto, qualquer movimento parecia um teste pro suporte. Ouvi um “crac” na primeira semana e corri pra reforçar com mais buchas. A limpeza também me pegou. Tirar o varão lá de cima pra lavar o tecido virou uma operação – desci com cuidado, mas ainda assim é um evento que exige disposição.
Dicas de quem subiu alto e o charme na rotina
Depois dessa experiência, separei umas dicas pra quem quer uma cortina com varão no teto. Primeiro: mede do teto ao chão e deixa uns 5 ou 10 cm a mais pra dar aquele caimento bonito – cortina curta não rola. Segundo: usa um varão firme e suportes fortes, porque a altura exige estrutura. Terceiro: testa o alinhamento antes de furar, porque consertar lá em cima é um sofrimento. E, por fim, escolhe algo que te encha os olhos. Eu fui de linho off-white com varão dourado porque amo essa vibe clean, mas com um toque de luxo – um estampado ou um tom escuro também fariam meu coração bater forte.
Minha família reagiu cada um do seu jeito. Meu filho disse que a sala ficou “gigante”, com aquele tom de quem tá impressionado mas não admite. Minha mãe, quando veio tomar café, olhou pro teto e disse que parecia “casa de novela das oito”. Meu marido só reparou quando o varão brilhou com o sol – aí virou “nossa cortina de rico”. Eu? Tô apaixonada. No verão, o linho alto deixa a brisa dançar livre, com a luz entrando suave e o som do tecido balançando como um sussurro. No inverno, ele cai até o chão e segura o frio, dando um aconchego que parece me abraçar.
A rotina ganhou um algo a mais. De manhã, abro a cortina e vejo a sala se abrir com a luz – o cheiro do café com aquele toque rústico do linho é meu momento. À noite, fecho tudo e sinto o espaço mais quente, mais meu, com o varão dourado dando um brilho discreto. Não é só uma cortina alta, é um pedaço de sonho que pendurei ali. Mudaria algo? Talvez um varão mais leve pro dia a dia. Mas esse teto me conquistou – é simples, é grande, é eu. Casa é assim, né? Um lugar que a gente vai erguendo, com as mãos trêmulas e o coração cheio.