Cortina com dois varões: um toque de drama e personalidade na sala
Tenho 40 anos, e às vezes sinto que minha casa é um reflexo de tudo que já vivi – as escolhas certas, os erros bobos e aquele desejo de deixar tudo com um jeitinho meu. Minha sala, por anos, foi um espaço meio sem sal, com uma cortina simples que veio com o apê e nunca me representou. Até que, num surto de “vou mudar isso agora”, decidi apostar numa cortina com dois varões. Queria algo diferente, elegante, com camadas que dessem um ar de novela, sabe? E, olha, foi uma jornada – cheia de percalços, mas com um resultado que me faz sorrir toda vez que entro em casa.

A ideia surgiu numa tarde fuçando ideias na internet. Vi umas fotos de cortinas com dois varões – um pra um tecido leve, tipo voal, e outro pra um mais encorpado – e achei chique demais. Na minha cabeça, ia ser fácil: um voal branquinho pra deixar a luz dançar e um tecido azul-marinho, meio acetinado, pra dar peso e sofisticação. Fui na loja com essa visão, toquei os tecidos – o voal era leve como uma pluma, quase escorregava dos dedos, e o azul tinha uma textura sedosa, com um brilho discreto que mudava com a luz. Comprei tudo animada, mas sem nem imaginar o trabalhão que vinha pela frente.
Comprando e instalando: um teste de paciência
Cheguei em casa com os rolos de tecido e dois varões que achei num site de decoração – um dourado fosco, porque sou dessas que curtem um toque clássico. Primeiro desafio: instalar dois varões sozinha. Peguei a furadeira, subi na escada e, claro, medi errado na primeira tentativa. O varão de cima ficou torto, e o de baixo, muito próximo da janela. Resultado? O voal ficou amassado contra o vidro, e o tecido azul parecia um pano jogado. Minha melhor amiga, que tava aqui tomando café, só riu: “Tá parecendo cortina de teatro de escola!”. Eu quis morrer, mas ri junto – fazer o quê?
Depois de uns ajustes – e uns palavrões que não conto pra ninguém – consegui alinhar os varões. O voal ficou na frente, leve, quase flutuando com qualquer ventinho, e o azul-marinho atrás, caindo retinho até o chão. O som do tecido roçando um no outro é sutil, tipo um sussurro, e a luz da manhã faz o voal brilhar enquanto o azul reflete um tom mais quente. Foi aí que senti que tava valendo cada gota de suor.
Dicas pra quem quer se aventurar – e erros pra evitar
Se eu puder dar um toque pra quem tá pensando em cortina com dois varões, anota aí: planeja bem a distância entre eles. Eu deixei pouco espaço no começo, e o efeito layering – que é o charme da coisa – não apareceu. Uns 10 a 15 centímetros entre os varões é o ideal, dependendo da grossura dos tecidos. Outra dica: testa os suportes antes de furar tudo. Os meus quase não aguentaram o peso do tecido mais pesado, e tive que trocar por uns mais resistentes. E, sério, chama alguém pra ajudar – sozinha, eu quase derrubei o varão na cabeça enquanto equilibrava a escada.
Eu gosto dessa combinação de leve e encorpado. O voal traz suavidade, mas o tecido mais firme dá uma presença que enche o ambiente. Prefiro que as duas cortinas cheguem no chão, com um restinho de tecido dobrando – acho que fica elegante sem esforço. E, olha, não economiza no acabamento dos varões: um detalhe bonito faz diferença.
O dia a dia com as cortinas e o que a turma achou
Desde que instalei, minha rotina ganhou um ritmo novo. No verão, abro o tecido azul e deixo só o voal, pra luz entrar filtrada e o calor não sufocar. O vento faz o tecido dançar, e o som é quase hipnótico – um farfalhar leve que me acalma enquanto tomo café. No inverno, fecho tudo, e o azul-marinho dá uma sensação de casulo, como se a sala tivesse ficado mais quentinha só de olhar. A luz do fim de tarde, então, é um espetáculo: o voal pega tons dourados, e o azul fica mais profundo, quase misterioso.
A família e os amigos piraram quando viram. Meu irmão, que é meio desligado pra essas coisas, soltou um “Nossa, tá chique hein!”. Minha mãe, que ama uma novidade, disse que parecia casa de artista – e ela adora um exagero pra elogiar. Até meu vizinho, que apareceu pra pedir açúcar, ficou olhando e perguntou onde eu tinha comprado. Acho que todo mundo sentiu que a sala ganhou personalidade, um toque de drama que eu sempre quis.
Agora, sentada aqui escrevendo, olho pras cortinas e penso no quanto elas mudaram o espaço – e até meu jeito de aproveitar ele. O cheiro do tecido novo já tá misturado com o da casa, um aroma de madeira e brisa. É mais que decoração, é um pedaço de mim que ficou ali, entre os varões e as camadas de tecido. Se eu consegui botar isso de pé, com meus furos tortos e minha teimosia, você também consegue. Só vai com calma e curte o processo – no fim, o resultado compensa tudo.