Era uma manhã de abril quando finalmente decidi que não dava mais para adiar. Meu escritório em casa, aquele cantinho onde passo horas trabalhando, merecia mais do que aquela persiana quebrada que nem subia direito. Sempre acreditei que o ambiente influencia nossa produtividade, nosso humor. E ali estava eu, há meses convivendo com uma iluminação inadequada que me obrigava a acender a luz mesmo durante o dia.
A decisão de investir em cortinas novas veio depois de uma videochamada em que minha chefe comentou sobre o quanto meu fundo parecia “desarrumado”. Não era desarrumado, era mal iluminado mesmo! Aquela persiana antiga criava sombras estranhas que davam um ar quase fantasmagórico ao ambiente. Foi o empurrão que eu precisava.
Comecei pesquisando na internet. Meu Deus, quanta opção! Blackout, rolô, romana, painel… cada uma com suas vantagens e particularidades. Confesso que fiquei um pouco perdida no início. Queria algo que controlasse bem a luz (afinal, o sol da tarde bate direto na janela), mas que também deixasse o ambiente aconchegante.
Do Sonho à Realidade: Escolhendo o Modelo Ideal
Depois de horas navegando em sites e redes sociais, decidi visitar algumas lojas físicas. Queria sentir os tecidos, ver como reagiam à luz. Foi a melhor decisão! Lembro de passar a mão por um tecido de linho e instantaneamente me apaixonar pela textura levemente áspera, natural. Tinha personalidade, sabe? Não era aquele tecido sintético perfeitinho demais.
A vendedora, Dona Cida, uma senhora que trabalha há mais de 30 anos com decoração, me deu um conselho que nunca vou esquecer: “Minha filha, cortina barata sai cara. Compre uma boa, com tecido de qualidade, que vai te durar anos.” Na hora torci o nariz – afinal, quem não quer economizar? – mas decidi seguir sua recomendação.
Acabei optando por um modelo de cortina romana, daquelas que se dobram quando levantadas. O tecido escolhido foi um linho mesclado em tom de cinza claro. Queria algo neutro, que combinasse com qualquer mudança futura na decoração, mas que tivesse personalidade suficiente para não ser apenas “mais uma cortina branca”.
O momento de tirar as medidas foi tenso. Medi, remedi, pedi para meu irmão conferir… Aquele medo de errar e acabar com uma cortina que não servisse na janela era real! No final, optei por uma instalação dentro do vão da janela, o que dá um acabamento mais clean e aproveita melhor o espaço do escritório, que não é dos maiores.
Quando a cortina chegou, algumas semanas depois, senti aquela ansiedade boa. Abri o pacote com cuidado e o cheiro de tecido novo invadiu o ambiente. Desdobrei com cuidado e fiquei admirando os detalhes do acabamento, a costura impecável nas laterais.
A Transformação do Ambiente e da Rotina
A instalação… ah, a instalação. Achei que seria simples, mas não contava com paredes de concreto que resistiam a qualquer furadeira comum. Tive que chamar um profissional depois de duas horas tentando fazer os furos para o suporte. Mais um gasto que não estava nos planos, mas necessário. Quando finalmente vi a cortina instalada, soube que tinha valido cada centavo.
O escritório ganhou outra dimensão. É impressionante como um simples elemento têxtil pode transformar completamente a atmosfera de um ambiente. De manhã, quando o sol ainda está suave, deixo a cortina parcialmente aberta. O tecido de linho filtra a luz criando uma luminosidade difusa, quase etérea. Os raios que atravessam formam padrões delicados no chão e na mesa.
Nas videochamadas, os comentários não param. “Nossa, que luz boa!”, “Seu escritório está com cara de revista!” Confesso que fico toda orgulhosa. Mas o melhor mesmo é o conforto que sinto. Trabalhar num ambiente onde você controla a luminosidade faz uma diferença absurda na produtividade e no bem-estar.
Nos dias de calor intenso, fecho completamente durante as horas mais quentes. O tecido, mesmo não sendo blackout, reduz significativamente a temperatura. Já no inverno, deixo abertas nas horas em que o sol bate para aproveitar o aquecimento natural.
Uma das coisas que mais me encanta é o som suave que a cortina faz quando a manipulo. Aquele farfalhar discreto do tecido tem algo de acolhedor, de íntimo. E quando a brisa entra pela janela e faz a cortina dançar levemente… ah, é quase hipnótico! Às vezes me pego olhando esse movimento por alguns segundos, uma pequena pausa meditativa no meio do dia de trabalho.
Minha mãe, quando veio me visitar, não economizou nas críticas. “Você gastou tudo isso numa cortina? Podia ter comprado uma pronta no shopping!” Mas depois que passou uma tarde trabalhando no meu escritório enquanto eu estava fora, mudou de ideia. “É diferente mesmo… a luz fica mais agradável.”
Hoje, depois de alguns meses com minha cortina romana, não consigo imaginar meu escritório sem ela. Foi um processo de descoberta – sobre tecidos, sobre como a luz afeta nosso humor e produtividade, sobre valorizar o ambiente onde passamos tantas horas. Se pudesse voltar no tempo, talvez teria pesquisado um pouco mais sobre instalação para evitar aquela dor de cabeça, ou teria considerado um tecido com proteção UV desde o início (notei que alguns objetos na estante começaram a desbotar).
Mas são esses pequenos erros que fazem parte da nossa jornada de aprendizado com decoração, né? No fim das contas, o que importa é como me sinto neste espaço agora. E posso dizer, com toda certeza, que aquela persiana quebrada, que me incomodava tanto, se transformou numa oportunidade de repensar e reencontrar prazer no meu ambiente de trabalho.
Se você está pensando em investir em cortinas para seu escritório, vá além do funcional. Pense em como aquele tecido vai interagir com seu dia a dia, com sua rotina, com seus sentidos. Porque, no final, não estamos apenas escolhendo um pedaço de pano para cobrir uma janela – estamos escolhendo como a luz vai entrar na nossa vida.